Evento contou com tarde de autógrafos na EEBM Biázio Maragno
Os alunos do 4º ano da Escola de Ensino Básico Municipal (EEBM) Biázio Maragno, de Morro da Fumaça, tiveram uma tarde diferente nesta semana. Durante a aula, os estudantes puderam prestigiar o lançamento do livro “A Cachorrinha Mili” da sua colega Alice Espindola Soratto.
Este é o segundo livro da jovem escritora fumacense, de apenas 9 anos, e conta a história da cachorra Mili, que morava nas ruas do Distrito de Estação Cocal, até ser adotada pela família da Alice. Durante o lançamento, a autora falou sobre seu processo de escrita, detalhes do livro e deu autógrafos para os colegas.
Conforme o pai da jovem escritora, Jacks Soratto, o livro traz diversos registros que a aluna da Rede Municipal de Ensino fez sobre a cachorra. “O livro registra alguns momentos da Alice com a cachorrinha abandonada, as aventuras, os encontros com outros animais. Cada vez que tinha uma situação nova, ela escrevia sobre o acontecimento”, relata.
Para a professora pedagoga, Rosana Coral Marques, mais conhecida como Loia, o evento foi muito bom para a turma. “O lançamento do livro da Alice é um incentivo para os colegas, tanto para a leitura, quanto para a escrita. Todos ficaram entusiasmados com o resultado, ao ver o que uma colega escreveu tornar-se um livro”, comenta.
Para a escritora Alice, o lançamento foi um sucesso. “Eles gostaram bastante e muitos fizeram perguntas, mas na hora do intervalo teve ainda mais. As crianças das outras séries vieram me dizer que gostaram do meu livro, que já compraram ou que vão comprar. Eu fiquei bem contente com isso, saber que eles admiram a minha obra”, orgulha-se.
Doação e retorno para as escolas
Durante o lançamento, na biblioteca da escola, todos os colegas de sala da Alice foram presenteados com um livro. Após a apresentação do material, a jovem escritora autografou os exemplares entregues aos colegas. Também foram doados livros para os professores e para a biblioteca da EEBM Biázio Maragno.
As demais unidades foram disponibilizadas para serem vendidas por R$10 nas escolas municipais. “Os pais decidiram que o livro também vai contribuir com a educação da cidade e abriram mão do lucro. Eles vão receber apenas o valor referente ao custo do material e o restante ficará para a escola que fez a venda”, revela o secretário do Sistema de Educação, Cultura, Esporte e Turismo, Marcos Silveira.
Incentivo e desenvolvimento da escrita
Para transformar os registros da filha em um livro, Soratto investiu cerca de R$6,5 mil na produção de mil exemplares. “Sempre vejo os pais incentivando os filhos em outras áreas, como por exemplo no esporte, e, então, me questionei por que não apoiar o interesse da Alice pela escrita. Seu primeiro livro foi muito mais simples, com ilustrações feitas por ela e impresso em papel sulfite. Quando ela veio com uma nova ideia de livro, decidi que dessa vez deveríamos fazer algo melhor”, conta.
Questionada de como surgiu a ideia de escrever um livro, Alice expõe que foi através de uma brincadeira em casa. “Um dia eu queria escrever uma carta para a mãe, mas eu estava meio enjoada de fazer isso e fiz um livrinho para ela. Quando o pai viu, ele deu uma ideia para começar a fazer uma estorinha. Aí comecei a juntar várias historinhas e escrever sobre a minha família. Esse foi o começo da escrita do primeiro livro”, lembra.
Filha de pais professores, Alice sempre teve em casa o incentivo para a leitura. Para despertar o interesse da menina nos livros, a família incluiu na sua rotina a leitura de uma estória antes de dormir e, além disso, a compra de novos livros para a filha faz parte do costume dos pais.
Já o incentivo à escrita iniciou no período da pandemia. “Durante o isolamento e com as aulas remotas, vimos a necessidade de dar um suporte na alfabetização da Alice. Foi nessa época, ainda com 6 anos, que ela começou a fazer os seus primeiros registros e que resultaram no seu primeiro livro, o ‘Contos de Alice’. A diretora Fabiana e em especial as professoras Claudete e Mônica também tiveram uma colaboração importante”, ressalta Soratto.
Com apenas 9 anos, Alice reconhece o incentivo dos pais. “Eu gostei bastante quando vi o livro. Eu fiquei tão feliz. É que eu percebi que é um ato de amor deles fazendo o livro, pagando e indo atrás das coisas. Eu percebi que eles se importam comigo e nisso mostraram melhor o quanto me amam”, finaliza a jovem escritora fumacense.
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